distribuição da classificação de equipamentos

Classificação de Equipamentos – Parte III

O que achou do exercício de classificação de criticidade com a planilha (parte II)? Pesadinho? Eu realizei aproximadamente 7 mil classificações, sei bem como é… mas como falei, o resultado compensa! Vamos à ele!

Esta é a terceira e última etapa. É agora que a mágica acontece!

Anteriormente, você viu que a classificação de equipamentos quanto a sua criticidade é uma técnica que nos auxilia a diferenciar a importância dos ativos industriais (1) em relação aos objetivos de uma empresa, ou (2) em relação ao tamanho do impacto da falha deste equipamento.

O procedimento de classificação que explicamos anteriormente considera, além do (1) regime de operação do equipamentos, os impactos reais e/ou prováveis em relação à aspectos relevantes. Em nosso exemplo consideramos relevantes os aspectos de (2) segurança e saúde, (3) meio ambiente, (4) impactos na produção, (5) qualidade, (6) custos associados e (7) probabilidade (frequência) que a falha funcional pode ocorrer (ou ocorre).

Após fazer o download da planilha padronizada, inserir os seus equipamentos nela e então realizar a sua classificação (e responder nossa pesquisa de distribuição de criticidade 🙂 ), você está pronto para dar os passos mais importantes.

O resultado da classificação de criticidade pode e deve ser considerado para a definição de políticas de gestão de ativos adequadas a cada equipamento da sua fábrica, por exemplo:

1 – Estratégias de operação: quais equipamentos devemos implantar atividades de manutenção autônoma para o time operacional?
2 – Foco do time de especialistas (Engenharia de Manutenção e Confiabilidade, Excelência Operacional, Melhoria Contínua): quais equipamentos vamos aplicar técnicas de Análise de Causa Raiz (ACR), Manutenção Centrada em Confiabilidade (MCC), Análise de Modos de Falha (FMEA), treinamentos ou outras;
3 – Sobressalentes: O que manter em estoque? quais os pontos de ressuprimento? Quais recomendações de sobressalentes devo revisar primeiro?
4 – Políticas de atendimento: O que fazer para garantir um atendimento rápido em caso de quebra? Quem devemos atender primeiro em caso de quebra?
5 – Documentação e treinamento: Quais manuais, instruções, procedimentos e demais informações precisamos ter disponíveis em que lugar? Quais revisar e quando? Quais os conhecimentos necessários para trabalhar e manter o equipamento?
6 – Otimizar custos de manutenção: Se precisarmos cortar custos, quais as preditivas e/ou preventivas vamos priorizar?

Como podem ver, há uma grande possibilidade de estratégias que podemos adotar a partir do momento que temos a nossa Classificação de Criticidade de Equipamentos realizada. Não é nossa intenção aqui esgotar o tema, mas fornecer algumas sugestões iniciais para exercitar considerando os níveis de abordagem estabelecidos, conforme abaixo:

1 – Estratégias de operação:

Nível I: mandatório ter um programa de monitoramento com atividades de inspeção e manutenção autônoma individualizada para cada equipamento;
Nível II: mandatório ter um programa de monitoramento com atividades de inspeção e manutenção autônoma conforme família de equipamento;
Nível III: opcional a implantação de programa de monitoramento com atividades de inspeção e manutenção;
Níveis IV e V: opcional a implantação de atividades básicas de monitoramento.

2 – Foco do time de especialistas

Nível I: mandatório desenvolver KPIs individualizados por equipamento; realizar Análise de causa Raiz (ACR) para qualquer tipo de falha e implantação de Manutenção Centrada em Confiabilidade (MCC);
Nível II: mandatório desenvolver KPIs individualizados por equipamento; realizar ACR para qualquer falha que impactar a produção ou recorrentes e opcional a implantação de MCC;
Nível III: opcional a implantação de KPI´s por família de equipamentos, ACR para falhas que causaram perdas de produção são mandatórias;
Níveis IV e V: realizar ACR caso falha tenha impactado a produção e reavaliar a classificação de criticidade do equipamento.

3 – Sobressalentes:

Níveis I e II: disponibilidade de sobressalentes de acordo com orientação do fabricante;
Níveis III e IV: disponibilidade conforme curva de consumo do sistema de gerenciamento de materiais;
Nível V: itens cadastrados, mas compra sob demanda.

4 – Políticas de atendimento:

Níveis I e II: estratégias voltadas para a máxima confiabilidade e disponibilidade devem ser implantadas (ex. preditivas, preventivas, testes de detecção de falha, corretivas programadas, planejadas e emergenciais);
Nível III: implantar estratégias voltadas para a máxima disponibilidade (planos com base na condição ou com base no tempo de acordo com a viabilidade econômica);
Nível IV: buscar a implantação de estratégias voltadas para a máxima disponibilidade segundo viabilidade econômica (comparar custos de preventiva x preditiva, além das corretivas);
Nível V: intervenções até a falha (corretivas emergenciais).

5 – Documentação e treinamento:

Níveis I e II: manuais disponíveis fisicamente, além de cópia virtual, procedimentos de operação e instruções de trabalho visíveis no local de instalação, assim como Lições de Um Ponto. Histórico de intervenções e base de conhecimento de ACRs. Controle de treinamentos e reciclagem de operadores e manutentores, incluso o uso da base de ACRs para treinar o time;
Nível III: manuais disponíveis física e virtualmente. Procedimentos e instruções de trabalho disponíveis no local de instalação. Lições de Um Ponto e histórico de intervenções e base de ACR. Treinamento de acordo viabilidade e uso da base do conhecimento de ACRs;
Nível IV e V: manuais disponíveis física e/ou virtualmente, bem como base de conhecimento de ACRs disponíveis para consulta. Treinamento sob demanda.

6 – Otimizar custos de manutenção:

Níveis I e II: orçamento obrigatório para a realização de todas as estratégias designadas para estes equipamentos;
Nível III e IV: avaliar o impacto de cortes de orçamento baseado em histórico de eventos e análises do time de especialistas;
Nível V: foco em redução de custos com sobressalentes e atividades de manutenção/operação.

Agora é com você! Faça os ajustes necessários e continue estudando. Este tema é muito importante para a confiabilidade das operações de uma empresa. Esperamos que este mini-curso tenha não só ajudado, mas principalmente despertado a curiosidade e a vontade de explorar o tema Gestão de Ativos em sua carreira profissional.

Acompanhe nossos materiais e por favor, fique à vontade para nos contatar em caso de dificuldades, será um prazer trocar experiências com você.

Ah, falamos em ACR, você realiza? Esta é a razão de existir da Télios. Já viu nossa demo express?

Grande abraço.

Comments / 2
    • (Edit) Responder

    Com relacao a analise de criticidade, tenho algumas consideracoes:
    1)Tem outros regimes de trabalho intermediarios que poderiam ter pontuacoes intermediarias, como regima 6×1(24 hs), 6×1(16 hs), 6×1(8hs).
    2)Familia: quais seriam as familias? alem de bombas, motores, etc?
    3)Producao: o que e uma perda grande, media e pequena? aqui teria que ter referencias a dias, horas ,etc;
    4)Custos: porque nao tem referencia a algum valor?
    5)Frequencia: ‘e a frequencia da falha?

    No mais a planilha e boa para analisar criticidade

    • Olá Nilson, grato pelos seus comentários e sobre eles eu adiciono o seguinte:
      1) Sim, a planilha é apenas uma orientação geral, seguramente existem outros regimes de trabalho que podem ser considerados
      2) Você pode adicionar as famílias que desejar.
      3) Como a planilha é para industria em geral, o que é pequeno para uma empresa pode ser grnade para outra, por isso deves considerar aquilo que vc considera grande ou pequeno na sua empresa.
      4) Aqui é o mesmo caso do item anterior.
      5) Isso, é a frequencia com que o problema acontece.
      Caso queira, podemos desenvolver um modelo específico para o seu caso, alinhando este parâmetros todos. Podes entrar em contato através do e-mail contato@telios.com.br

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